quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Governo Bolsonaro mandou Polícia Federal investigar erros nas pesquisas eleitorais a pedido de Valdemar Costa Neto


 A investigação sobre erros nas pesquisas eleitorais iniciada pela Polícia Federal em outubro, a mando do Ministério da Justiça, foi realizada após um pedido de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, o partido de Bolsonaro. As informações foram publicadas pelo UOL nesta quinta-feira (15).

 

ERROS NAS PESQUISAS ELEITORAIS: entenda como começaram as investigações

A reportagem do UOL obteve documentos que comprovam o pedido de Valdemar, endereçado nominalmente ao Ministro da Justiça e Segurança Pública, Augusto Torres.

 

No ofício, datado de 3 de outubro de 2022, ou seja, um dia após o primeiro turno das eleições, o presidente do PL solicita a “instauração de procedimento investigativo para apurar as práticas delitivas”.

Para justificar o pedido, Valdemar afirma que Bolsonaro obteve desempenho “bem superior ao que [foi] projetado pelas pesquisas na votação do primeiro turno do pleito eleitoral”. Ele afirma que os resultados para governador e senador também divergiram.

 Buscando exemplificar as supostas divergências, Costa Neto cita pesquisas realizadas pelos institutos DataFolha e Genial/Quaest na véspera da eleição.

 

O documento ainda contém uma planilha anexada que faz um comparativo entre o resultado final da votação do primeiro turno e as recentes pesquisas de diferentes institutos, sinalizando a diferença de pontos do resultado oficial e do apurado pelas empresas nas pesquisas.

Ministro encaminhou pedido de investigação sobre supostos erros nas pesquisas

No dia seguinte, 4 de outubro de 2022, o ministro da Justiça encaminhou à Polícia Federal um pedido de investigação sobre as pesquisas eleitorais e seus respectivos institutos. O pedido é embasado no ofício de Valdemar.

No texto, também obtido pelo UOL, ministro fala em “erros crassos e em série cometidos por alguns institutos de pesquisa no que diz respeito as intenções de voto dos eleitores às vésperas das eleições”.

 Ele afirma que há “amplo histórico de erros absurdos em âmbito regional e nacional”, e que isso acaba “ influenciando negativamente e fraudulentamente a corrida eleitoral”.

 

O requerimento ainda cita vários resultados da eleição em primeiro turno, como os governos de São Paulo, Rio de Janeiro, a vitória dos senadores Marcos Pontes e Hamilton Mourão no Senado, e o próprio desempenho de Bolsonaro.

O ministro pedia que a Polícia Federal investigue “possível cometimento de crime previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº 9.504, de 1997, assim como outros eventualmente detectados, por parte dos responsáveis pela elaboração das pesquisas”.

 

Alexandre de Moraes suspendeu investigações

Na época, o ministro Anderson Torres afirmou que o pedido foi feito após uma representação recebida pelo Ministério da Justiça de São Paulo. Ele não citou o pedido de Valdemar Costa Neto.

“Acabo de encaminhar à Polícia Federal pedido de abertura de inquérito sobre a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais. Esse pedido atende a representação recebida no #MJSP , que apontou ‘condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados’ por alguns institutos”, escreveu o ministro.

 

No dia 13 de outubro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou a suspensão das investigações contra os institutos de pesquisa, realizadas pela Polícia Federal e pelo CADE.

A justificativa de Moraes foi de que a PF não teria competência para apurar o caso. Segundo ele, as investigações "aparentavam ter falta de justa causa", e também falou em abuso de poder.

Na decisão, o ministro diz que as investigações "parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral" do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Blog de Jamildo  




























































































































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