Eleita neste domingo (30), como a
nova governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), entra na história
como a primeira mulher a comandar os destinos do estado, escolhida
através do voto popular e democrático.
Até a conquista
através das urnas de ter o direito de administrar os destinos dos
pernambucanos, a tucana precisou passar por uma dura e difícil
trajetória, onde foi testada nos mais diversos aspectos, extrapolando o
campo político, marcada por uma tragédia pessoal ocorrida justamente no
dia das eleições, ainda no primeiro turno.
Toda a
experiência foi colocada à prova nos meses que antecederam o pleito,
desde o anúncio da pré-candidatura, a sensibilidade na escolha da vice
na sua chapa, Priscila Krause (Cidadania) — gigante e fiel escudeira da
candidata, durante o tempo todo.
A campanha de Raquel
Lyra foi marcada por lutas e contrariedades. Com poucos recursos,
combateu contra quatro oponentes fortes, quadros importantes e
experientes na política. Viu a liderança do seu projeto ficar em segundo
lugar nos levantamentos imediatamente após o lançamento da candidatura
de Marília Arraes (SD). Fez o trabalho sem uma maior presença dos
líderes nacionais do seu partido. No primeiro turno contou com o apoio
de um número pequeno de prefeitos.
No período a
ex-prefeita foi vítima de uma enxurrada de Fakenews contra sua pessoa e
sua campanha. No segundo turno as pessoas viram uma Raquel gigante,
forte e determinada. Recebeu o apoio de Miguel Coelho (UB), e de Eduardo
da Fonte, líder do Progressistas. Nessa fase, mais de cem prefeitos
ficaram ao seu lado.
Sete meses passados desde o
anúncio da pré-candidatura até a informação que 3.113.415 (58,70%)
eleitores escolheram Raquel Lyra para governar Pernambuco a partir de
janeiro de 2023, contra 2.190.264 (41,30%) votos, que preferiam Marília
Arraes. Foram 17% de vantagem nas urnas, quase 1 milhão de diferença
(923.151). Raquel Lyra foi muito criticada por não declarar apoio a
candidatura nacional, fez certo, adquiriu votos de eleitores de ambos
candidatos.
No início da noite deste domingo (30), após
o resultado das urnas, a governadora eleita Raquel Lyra, ao lado de
apoiadores e da família, antes do pronunciamento, pediu um minuto de
silêncio em homenagem a seu marido, que faleceu no dia da votação no
primeiro turno.
Ela parabenizou o presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e declarou que vai governar em parceria.
“Agora o povo de Pernambuco e do Brasil já escolheu seu presidente e é
com ele que vamos lutar para que Pernambuco seja um estado melhor para
se viver”, disse na coletiva.
A vitória de Raquel em
Pernambuco vai além do campo político. É uma conquista pessoal e também
coletiva. Rompe um ciclo histórico que representa muito bem a garra, a
força e a resistência de milhares de brasileiros, que, diariamente,
lutam em meio as mais diversas dificuldades. Provada nessa disputa, e
aprovada pelos pernambucanos, Raquel é do interior e conhece como
ninguém as dificuldades da população que vai cuidar pelos próximos
quatro anos.
Blog do Alberes Xavier