O grupo que foge da polarização equivale a um quinto do eleitorado e deve decidir o resultado do pleito em outubro. Ele é formado principalmente pelos apoiadores de Ciro Gomes, do PDT (35%), pelos que não votariam em ninguém (31%) e pelos adeptos de Simone Tebet, do MDB (10%).
Esse público, no geral mais indeciso, é representado por uma amostra de 1.309 das 5.744 pessoas entrevistadas pelo instituto entre os dias 16 e 18 de agosto. A margem de erro entre elas é de três pontos percentuais para mais ou para menos, superior aos dois pontos no total.
A pesquisa foi contratada pela Folha e pela TV Globo e registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 09404/2022.
Se forem consideradas as intenções de voto no segundo turno em geral, Lula tem 54%, Bolsonaro registra 37% e brancos e nulos são muito inferiores: 8%.
A maior migração de votos para Lula do que para Bolsonaro na hora da decisão pode ser um reflexo de outra pergunta feita pelo Datafolha aos eleitores: a maioria respondeu considerar que o petista é o candidato mais preparado para lidar com diferentes problemas do país.
A opinião é compartilhada até por alguns apoiadores de outros candidatos —54%, por exemplo, acham que o ex-presidente tem mais capacidade de conter a pobreza, impulsionados por 10% dos eleitores de Bolsonaro. Do lado contrário, só 1% dos lulistas citam Bolsonaro.
No caso do combate à fome, o volume de eleitores de Ciro que acham Lula mais preparado chega a 39%. O petista também é visto como mais apto para atuar nas áreas de saúde, educação, desemprego, ambiente e crescimento econômico.
Entre os sete desafios pesquisados, Bolsonaro só se aproxima mais do petista quando os eleitores são questionados sobre a educação. Para 43%, Lula tem mais preparo para cuidar da área, ante 29% que consideram o atual mandatário o mais indicado para a tarefa.
O grupo que não pretende votar nos dois principais candidatos no primeiro turno também avalia pior o desempenho do governo Bolsonaro nos últimos quase quatro anos.
Só 12% o acham bom ou ótimo, contra 30% do total. Outros 40% dizem que a gestão é regular (contra 26%) e 46% a veem como ruim ou péssima (índice próximo dos 43% em geral).
Eles são ainda mais pessimistas na economia. Apenas 33% acreditam que a situação do país vai melhorar nos próximos meses, considerando que no total essa parcela atinge 48%. Os que acham que vai piorar, por outro lado, somam 26% (contra 18%) e os que acham que vai continuar como está, 34% (contra 28%).
Outro recorte da última rodada do Datafolha mostra que um quinto dos eleitores que elegeram o presidente no segundo turno de 2018 agora deve migrar para Lula no primeiro turno. Os ex-apoiadores de Bolsonaro que se arrependeram são 19%.
Considerando o caminho inverso, porém, apenas 3% das pessoas que votaram no candidato do PT nas últimas eleições, Fernando Haddad, mudaram de lado e em outubro vão optar por reeleger o atual mandatário.
Já entre os que votaram em branco ou nulo na ocasião, 37% agora querem Lula no poder e 35% continuarão sem escolher um candidato. Outros 10% pretendem escolher Ciro e apenas 6%, Bolsonaro.
Blog do Magno
Deputado Federal Ricardo Teobaldo |
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