O presidente do conselho deliberativo do Caxangá Golfe Club, Edson de Souza do Ó Filho, convocou uma Assembleia Geral para deliberar a respeito do arrendamento de uma área do clube para a implantação de um supermercado, da rede Mateus.
A área escolhida, no campo de golfe, tem 115 metros de testa da Avenida Caxangá, na esquina com a rua ministro João Alberto, por 200 metros de fundos, totalizando 23.000 metros quadrados.
A reunião de deliberação está marcada para o dia 23 de abril próximo, mas desde já uma parcela dos sócios discorda frontalmente da proposta, que classifica de tentadora, mas uma solução fácil e equivocada.
"O clube não está quebrado. É um clube superavitário e que realizou investimentos de quase R$ 1 milhão de reais de 2021", afirmam. "Sob o pretexto de “resolver as finanças do clube”, “que não tem dinheiro para nada”, “que não atende aos anseios dos sócios”, “que corre risco de fechar se não fizer nada”, escrevem em uma carta aberta que circula entre os sócios. O blog de Jamildo teve acesso exclusivo.
De acordo com essas informações de bastidores, pode haver também problemas com as autoridades ambientais.
"Há uma ameaça ambiental. O Caxangá é um IPAV (imóvel
de preservação de área verde) e faz parte de um amplo bioma da Unidade
de Conservação Caxangá, localizada após o Rio Capibaribe. O local que se
pretende alugar é nativo de capivaras, aves, répteis, possui lagoas
naturais com peixes e outros animais. Um impacto ambiental sem
precedentes na região", afirmam os opositores da proposta.
"Há desrespeito aos nossos antepassados que lutaram até
aqui para manter esta área preservada. São desafios frente as mais
diversas mudanças geracionais, econômicas, sociais e tecnológicas. Mesmo
situações desafiadoras, altos e baixos, nossos antecessores seguraram
firme no timão e não se desfizeram de áreas, encontrando soluções
criativas para a manutenção e conservação da propriedade e
investimentos", afirmam, em outro trecho.
... sem um plano, uma necessidade objetiva de caixa e sem a discussão aprofundada de alternativas, vamos romper com o legado de quase um século que os antigos fundadores e sócios passaram aos nossos cuidados nos dias de hoje".
O clube foi fundado em 1920.Na carta aberta, o grupo também sugere alternativas.
"Sem gestão, planos e transparência, não há discussão de alternativas. O senhor, a senhora sabia que há verbas da CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CLUBES, MINISTÉRIO DO ESPORTE e GOVERNO DO ESTADO para investimentos, custeio e recursos humanos em clubes de esportes olímpicos como o Caxangá que dispensariam a necessidade de arrendamento?", escrevem.
"Nos tempos atuais, os processos de gestão, a
transparência e a prestação de contas são coisa cotidiana na nossa vida,
nas nossas empresas e nos nossos condomínios. Não é possível aceitar a
sua falta e a busca de soluções fáceis".
Outro lado
Com a palavra, a atual gestão do clube, caso veja necessidade.
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