A Polícia Civil desencadeou, na manhã desta quinta-feira (21), a operação Hidrômetro, que tem o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro e outros crimes na Compesa, estatal de água e esgoto de Pernambuco. Em maio, o blog de Jamildo revelou com exclusividade relatórios que apontavam fraudes na companhia há, pelo menos, três anos.
De acordo com a Polícia Civil, uma funcionária responsável pela confecção das folhas de pagamento da empresa havia desviado valores da Compesa por meio dos contracheques. Ela também fez alterações no quadro de funcionários da empresa, com o objetivo de viabilizar os desvios. As fraudes identificadas na investigação foram realizadas no período de 2021 a 2022, e totalizam R$ 1,2 milhão.
Ao todo, participavam do esquema a funcionária da Compesa, uma prestadora de serviços da empresa e outras duas pessoas externas, ligadas à funcionária.
Na manhã desta quinta-feira, cinco mandados de busca foram cumpridos no município de Paulista, nas casas das quatro pessoas investigadas e em uma loja pertencente a elas. Trinta policiais civis participaram da ação, entre delegados, agentes e escrivães.
Foram apreendidos computadores, celulares, documentos e dinheiro em espécie. O material foi levado para o Complexo Policial de Olinda, em Ouro Preto.
A investigação foi iniciada em março deste ano, a pedido da própria Compesa, que identificou as fraudes por parte da funcionária. Os crimes investigados são lavagem de dinheiro, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa.
O delegado responsável pela investigação, Diego Pinheiro, da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção, unidade ligada ao DRACCO, explicou como acontecia o crime.
“Essa funcionária responsável pela folha de pagamento aumentava o próprio salário. Ela ganhava em torno de R$ 7 mil, mas tinha mês que ganhava o dobro ou o triplo. Ela também inseria no seu contracheque valores aos quais não tinha direito, como diárias e verbas indenizatórias”, contou o delegado.
“Outro meio foi adulterando o cadastro de dois ex-prestadores de serviço da Compesa. Ela adulterou informações de duas pessoas ligadas a ela e colocou o salário dessas pessoas altíssimo. Tinha mês que essas pessoas recebiam R$ 30 mil reais. Essas pessoas faziam o saque e repassavam para ela”, continuou o delegado Diego Pinheiro.
Apesar de a investigação ter identificado fraudes entre 2021 e 2022, a funcionária estava no cargo desde 2018. Por isso, a Polícia Civil estenderá a investigação para anos anteriores."Ela [a funcionária] alegou que estava passando por um momento de dificuldade, viu a facilidade, a oportunidade, e entrou nessa", disse o delegado.
O que diz a Compesa
Em nota divulgada nesta quinta-feira (21), a Compesa lembrou que o procedimento de investigação interno foi concluído em maio, e que a funcionária foi demitida por justa causa. Confira a nota na íntegra.
"A Compesa informa que o controle interno da companhia identificou, no início do primeiro semestre de 2022, irregularidades na folha de pagamento e, imediatamente, instaurou sindicância interna para apurar o fato, além de notificar a Polícia Civil para as devidas apurações.
O procedimento interno foi concluído em maio de 2022 e a funcionária envolvida foi demitida por justa causa, bem como ajuizada ação para reparação aos cofres públicos.
Portanto, de agora em diante, cabe a Polícia Civil a conclusão do inquérito para que as medidas cabíveis sejam tomadas".
Blog de Jamildo
Deputado Federal Ricardo Teobaldo |
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